Tecendo a Rede

Tira Dúvidas

E como fica a questão da dependência de drogas entre adolescentes "internados" na FEBEM?

        Vale salientar que a mente humana é responsável pela elaboração dos acontecimentos da vida e de sua dinâmica transformação. Quando esta mente torna-se impotente para conectar-se à realidade de uma forma  também dinâmica e fica prisioneira de um comportamento repetitivo, um círculo vicioso, há produção de dor, de sofrimento. É o que acontece em relação ao tema do consumo de substâncias psicoativas.
     Crescer enquanto sujeito é aprender a jogar esse jogo de equilíbrio em meio aos ventos que sempre variam de intensidade e de direção. Curar-se da dependência de drogas, como de qualquer outro tipo de dependência, é exatamente voltar a vincular-se à vida de uma forma dinâmica, não cristalizada. A cura portanto está nesse  resgate de liberdade.
        Como resolver o aparente paradoxo da “sobreposição” de duas experiências de privação de liberdade: a decorrente de uma medida socioeducativa extrema e a eventual situação clínica de dependência de drogas?
        Trata-se então de levar o horizonte que se pretende atuar, focalizando a própria vivência de clausura a qual o adolescente está submetido, independentemente da origem causadora, no caso, física, e não farmacológica.

Maio/2000.

Auro Danny Lescher
Psiquiatra, coordenador do Projeto Quixote

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