
E como fica a questão
da dependência de drogas entre adolescentes "internados"
na FEBEM?
Vale
salientar que a mente humana é responsável pela elaboração
dos acontecimentos da vida e de sua dinâmica transformação.
Quando esta mente torna-se impotente para conectar-se à realidade
de uma forma também dinâmica e fica prisioneira
de um comportamento repetitivo, um círculo vicioso, há
produção de dor, de sofrimento. É o que acontece
em relação ao tema do consumo de substâncias
psicoativas. Crescer enquanto
sujeito é aprender a jogar esse jogo de equilíbrio
em meio aos ventos que sempre variam de intensidade e de direção.
Curar-se da dependência de drogas, como de qualquer outro
tipo de dependência, é exatamente voltar a vincular-se
à vida de uma forma dinâmica, não cristalizada.
A cura portanto está nesse resgate de liberdade.
Como resolver o
aparente paradoxo da “sobreposição” de duas experiências
de privação de liberdade: a decorrente de uma medida
socioeducativa extrema e a eventual situação clínica
de dependência de drogas? Trata-se
então de levar o horizonte que se pretende atuar, focalizando
a própria vivência de clausura a qual o adolescente
está submetido, independentemente da origem causadora, no
caso, física, e não farmacológica.
Maio/2000.
Auro Danny Lescher
Psiquiatra, coordenador do Projeto Quixote |
Participe Mande
informações, dúvidas e comentários para
Boletim Tecendo a
Rede Rua Prof.
Francisco de Castro, 92, 04020-050, São Paulo-SP tel/fax:
(11) 5571-9476 / 5576-4386 e-mail: tecendoarede@epm.br |