Tecendo a Rede

Retrato

     Ser um(a) bom(boa) educador(a) social de rua não é para qualquer um(a). É necessário antes de tudo ter algo que eu chamo de disposição interna, mas o destino, para quem acredita, também se encarrega de nos colocar num caminho que praticamente não tem volta. Isto aconteceu comigo. Eu nem imaginava trabalhar com crianças e adolescentes em situação de risco, mas por conta de uma reviravolta em minha vida cai nesta "profissão educador" e tenho dúvidas se sairei dela.
     São muitas as decepções, temos que ouvir que criança é prioridade, engolir prefeitos ganhando Prêmios Amigo da Criança... Gostaria de saber até quando o Estado vai brincar de cuidar. A responsabilidade é de todos nós, agora quem é que está lá na ponta dando a cara a tapa? Os educadores sociais de rua, que não são superheróis e nem mágicos para resolver questões que não estão em seu alcance.
     Mas o que ainda me dá folego é saber que as crianças e os adolescentes não são ladrões e nem drogados, são sujeitos em condição peculiar de desenvolvimento, que tiveram os seus direitos negados e cabe a nós educadores lutarmos para o cumprimento do ECA.

Setembro 2000

Gislene Morais dos Santos
Educadora Social de Rua do Projeto
Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo do Campo
 

Voltar índice das Edições Anteriores

Topo


Participe
Mande informações, dúvidas e comentários para
Boletim Tecendo a Rede
Rua Prof. Francisco de Castro, 92, 04020-050, São Paulo-SP tel/fax: (11) 5571-9476 / 5576-4386
e-mail:
tecendoarede@epm.br