
O desafio de ser plural e coletivo
A
princípio foi um desafio: trabalhar com um grupo de jovens
da periferia, que diziam fazer arte contra o sistema, que
acreditavam que o Hip Hop era uma cultura da periferia e só
para a periferia e que nós, “acadêmicos”, não
poderíamos participar, por talvez, termos poucos motivos
para a revolta.
Aos poucos fomos
mostrando os benefícios que essa união de forças
- entre academia e grafiteiros - poderia trazer para todos. Estava
então surgindo uma nova parceria. Estávamos juntos
no mesmo barco que rumava para mostrar a todos (e agora não
só à periferia) a arte e a cultura do Hip Hop. Assim
nasceu o Projeto Hip-Hop Urra!. Na verdade, não nasceu...
estreou!!! Estreamos em grande estilo, grafitando grandes marcos
da cidade de São Paulo.
Hoje, um ano depois
de começado o trabalho, acredito que o Hip Hop Urra!, coordenado
pelo Projeto Quixote, é resultado de um grande processo de
educação e respeito. Por inicialmente pertencermos
a mundos tão diferentes, tivemos que conhecer mais um do
outro. E, à medida que nos conhecemos, passamos a valorizar
o papel de cada um. Pudemos "educar" e "aprender".
Educamos ao apresentar-lhes
outros conceitos e universos; aprendemos quando pudemos ver em cada
grafiteiro um educador. Um educador que faz do spray e do muro seu
giz e sua lousa, para passar ao mundo suas lições...
lições de paz e justiça social; de educar,
sem excluir; de pais heróis e vilões; de prevenção
à AIDS e da atitude de amar sem preconceito (mas com camisinha!)
- temas estes que inspiraram as grafitagens realizadas pelo grupo
no ano passado.
Assim, o que no
início foi um desafio, hoje a gente comemora junto!
Fev/2001
Ana Carla Silvestre
Educadora do Projeto Hip-Hop Urra!,
do Projeto Quixote |
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