
Limites
O
tema limites nos traz um desafio constante, principalmente quando
nos propomos a trabalhar com a educação como um processo
dinâmico de construção, quando consideramos
o crescimento em seus movimentos dialéticos e o tempo além
de sua linearidade.
A educação
se dá a partir das relações. Relações
reverberam dinâmicas próprias, construídas a
partir de materiais como afeto, disponibilidade, vínculo
e também de limites.
No trabalho diário,
constatamos cada vez mais a necessidade de lidar com limites claros
que possam atuar como norteadores tanto para as relações
interpessoais, quanto para a relação individual com
a vida.
Para estabelecer
limites claros (que muitas vezes são passíveis de
transformação e algumas vezes não), é
necessário o constante e dinâmico exercício
de reflexão. Refletir sobre nós mesmos, sobre o outro,
sobre onde queremos chegar e de que maneira, não nos deixando
cair na armadilha de esquecer que nosso ângulo de visão
também está sob efeito de limites. Daí, a importância
da troca de experiências que só pode ocorrer verdadeiramente
se houver um suficiente grau de humildade.
Além da reflexão,
é fundamental que haja uma comunicação efetiva
dos limites, que legitime o processo de construção
de relações saudáveis. Assim o desejo torna-se
vento que sopra de encontro às velas, que enquanto limites
transformam-no em combustível, para que orientado pelo leme
da reflexão leve-nos, embarcações aventureiras,
através de marés de respeito, alegria, saúde,
generosidade e amor pelo oceano da consciência.
Dez/2000
Vera Longo
Psicóloga e educadora
do Projeto Quixote |
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