
Educação social para
quem? Quem
precisa ser educado socialmente? Qual o objetivo de um educador
social quando realiza seu trabalho? Comumente
ouvimos que a educação social é dirigida às
populações marginalizadas, excluídas, em risco
ou vulneráveis. Seguindo este raciocínio, chegaríamos
à conclusão de que tal educação teria
como meta a inclusão social em si, na sociedade tal como
ela se encontra - aqueles que são excluídos devem
ser educados de tal maneira que se incluam. Mas,
e os já ditos incluídos? Não precisam eles
também de educação social? Uma sociedade que
cria, como parte de si, uma população excluída,
a meu ver precisa educar-se como um todo. A exclusão não
é uma entidade teórica e incorpórea. Ela é
real, concreta, cotidiana e também simbólica. Ela
é atuada por gente de carne e osso, todos os dias, através
de seus corpos, crenças e sentimentos. Muitas
vezes, quem exclui tem pouca consciência de sua ação.
Exclui e no instante seguinte é capaz de reclamar aos quatro
ventos o quanto a “sociedade” exclui. A sociedade somos cada um
de nós. Se há exclusão, é porque há
pessoas que excluem. Se há falta de integração,
é porque há pessoas que não se integram socialmente.
Incluir também se aprende. Integração é
um movimento que só se realiza se há harmonia entre
todas as partes. Alguns
podem perguntar: mas como fazer isso? E eu responderia: se eu soubesse
como fazer, eu faria, e você aprenderia comigo sem que eu
precisasse ensiná-lo com qualquer tipo de relação
que não a do exercício da convivência social.
Educação social se pratica convivendo socialmente
(ando chegando a esta óbvia hipótese). Pular se pratica
pulando, jogar se pratica jogando, conviver se pratica convivendo,
oras! Agora, perguntemo-nos: convivemos?
Novembro 2000
Betina Leme Psicóloga
e coordenadora do Projeto Fique Vivo |
Participe Mande
informações, dúvidas e comentários para
Boletim Tecendo a
Rede Rua Prof.
Francisco de Castro, 92, 04020-050, São Paulo-SP tel/fax:
(11) 5571-9476 / 5576-4386 e-mail: tecendoarede@epm.br |