Teoria e Prática
A
educação é um projeto e um processo. Afinal
toda ação pedagógica tem uma intencionalidade.
Onde se quer chegar com a prática? Que ser humano se quer
formar? Que compromisso se tem com o social? Que visão se
tem do ato de educar? É uma visão fragmentada ou de
conjunto? Avalia-se o processo ou momentos isolados? Está
se fazendo a contextualização e a análise crítica
de ontem, hoje, preparando para o amanhã? Buscar
a transformação social -como fundamenta a Pedagogia
Sócio-Progressista- passa num primeiro plano por uma análise
crítica da postura que se tem na prática, no concreto,
levando para a teoria e voltando para a prática, adequando
a metodologia aos conteúdos selecionados e ao público-alvo
tornando-a mais eficiente e menos ingênua. Há
que se ficar muito atento às dificuldades e conflitos que
com certeza emergem no cotidiano. É preciso não apenas
optar por uma linha pedagógica, mas buscar uma prática
que não seja contraditória, criar instrumentos que
nos auxiliem na resolução desses conflitos, integrando
o grupo no exercício de sua cidadania, formando pessoas autônomas,
críticas, com poder de decisão, que conheçam
seus direitos e deveres e que sejam co-responsáveis no exercício
das atividades diárias. Caso contrário, nossa ingenuidade
nos levará novamente a apropriação de procedimentos
pedagógicos repressores que estão a serviço
da permanência da desigualdade social. O
educador que exercita a reflexão de sua prática em
relação à teoria e tem humildade de revê-la
está exercitando e exercendo seu papel com liberdade. Segundo
Paulo Freire: “A educação só é libertadora
à medida em que tem como objetivo ação e reflexão
consciente e criadora das classes oprimidas sobre seu próprio
processo de libertação”.
Jul/2000.
Dalva Fiorini dos
Santos Professora do Projeto Quixote e uma das coordenadoras
da ONG Espiral - Grupo de Estudo e Trabalho em Educação
Preventiva Integral |
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