
Muito trabalho, pouco
reconhecimento
“Professora não ganha mal,... é mal casada!”. Essa
expressão - muito pouco inteligente - utilizada por Paulo
Maluf, retrata a desvalorização profissional sofrida
por um grupo de pessoas que se mantém, a duras penas, no
exercício de uma das funções mais essenciais
para o desenvolvimento de qualquer sociedade, o Educador. Cidadãos
compromissados com o bem estar coletivo, com a formação
dos futuros agentes e dirigentes de nossa sociedade, e portanto,
com nossa evolução, esses Educadores persistem buscando
na realização pessoal e profissional o complemento
para as remunerações insuficientes quando comparadas
à importância de sua função e às
qualificações exigidas. Um
bom Educador deve ser versátil, tolerante, sensível,
experiente, perspicaz, persuasivo, disponível, criativo,
cordial, ágil, crítico, propositivo, acolhedor, responsável,
com sólida formação e ampla visão, capaz
de trabalhar em grupos, em ambientes adversos e com poucos recursos.
É um
profissional cada vez mais raro no mercado atual porque poucas instituições
podem proporcionar-lhes a justa contra-partida em salários,
condições de trabalho, reconhecimento, espaços
institucionais de participação, capacitação
continuada e supervisão técnica. O
contexto nacional atual exige maior profissionalização
das ações empreendidas por organizações
sociais. Diante desse quadro, as instituições (governamentais
ou não) devem optar por uma relação de trabalho
adequada aos objetivos pretendidos. Só assim, terão
condições de captar os recursos humanos e técnicos
ideais para consecução dos resultados planejados.
O maior diferencial
entre os trabalhadores do setor privado e o Educador Social é
o compromisso que o segundo tem com a causa social em que trabalha.
Essa militância que exercem os Educadores é fator motivacional
que deve ser otimizado através do desenvolvimento de técnicas
gerenciais adequadas a projetos sociais.
Jun/2000.
Max Martins Dante
Projeto Travessia |