
A palavra “educador”
Uma
das possíveis interpretações sobre a etimologia
da palavra educar nos remete a uma questão sensorial. A sua
ascendência derivaria do despertar gustativo pelo sabor adocicado.
O educador seria alguém que teve o privilégio e a
responsabilidade de acrescentar ao repertério sensorial do
educando aquilo que para o resto da vida será incorporado:
a sensação do doce. Não
dá para ser educador meio-período. Educar é
uma opção de vida e uma fatalidade. Fatalidade porque
depende de virtudes inatas ao indivíduo: generosidade, curiosidade,
ética... Opção porque depende de um investimento
consciente do próprio crescimento e formação
pessoal. Vivemos
num país onde a superação da realidade cruel
em que se encontram muitos jovens é função,
principalmente, da qualidade de seus educadores. A educação
em nosso país necessita de urgente transformação.
Temos que reinventar uma nova pedagogia. Sobretudo
uma nova escola, que assuma o seu lugar fundamental junto com os
educadores na qualidade e responsabilidade dessa transformação.
Que consiga despertar a curiosidade e o desejo de conhecimento.
Novos sabores, odores, cores... Dentro
de um futuro breve, teremos noção clara da importância
que ações educativas ditas não-formais - por
exemplo, a educação social de rua - têm no processo
de construção dessa nova pedagogia.
Mar/2000.
Auro Danny Lescher
Psiquiatra e coordenador do Projeto Quixote |
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