Tecendo a Rede

Profissão Educador

Educador: um “cidadão do mundo”

        A preocupação que proponho nesta fala está presente no dia-a-dia, no embate com as crianças e adolescentes. É uma preocupação que permeia a estrutura teórica-metodológica do trabalho pedagógico interdisiciplinar, extrapolando para o mundo do educador e do educando.
        Antes de ser educador, temos que nos reconhecer enquanto “cidadãos do mundo”, conhecer o nosso “território embrião” e o “território de embates”. Também é essencial termos claro o que pretendemos, quando e como pretendemos exercer a prática educativa que em momento algum é desprovida de compromisso.
        O objetivo do educador perpassa pelo desejo de querer extrapolar a situação social vigente, onde sua prática deve acompanhar as relações dialéticas que dão fruto às “rugosidades” sociais, promovendo a desigual distribuição dos conhecimentos e oportunidades. Então a prática suscita a ação-reflexão-ação, pois somente assim haverá uma transformação.
        Em se tratando de meninos e meninas de e na rua, notoriamente temos que partir do seguinte ponto de referência: eles não são “marginais sociais”. São oprimidos e relegados por um sistema de exclusão social. Podemos então partir desse pressuposto para nossa prática e ficarmos atentos para a crítica dialética -justa e necessária para fundamentar o trabalho do educador social de rua. Cabe neste acompanhamento um compromisso dialógico com a realidade histórica dessa sociedade e seus segmentos, fundamentada numa relação estrutural, a qual gesta esses meninos e meninas de e na rua.
        Podemos ser educadores que compartilham com o confinamento e a seleção social ou podemos estabelecer um objetivo conciso e transformador da realidade a qual vivemos integrados. Basta nos reconhecermos como “cidadãos do mundo”.

Ago/2000.

Roberto Carlos Madalena
Professor da Escola Vivendo e Aprendendo/Projeto Quixote
e do Ensino Fundamental do Curso de Aceleração/UNIFESP.

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